Tipo de Atividade:
x Mentoria
❑ Grupo de Pares
x Workshop
Pilar relevante: Literacia financeira e gestão económica
Competências relevantes:
Elementos transversais,
Sentido de Iniciativa e Empreendedorismo
Sociais e Cívicas
Aprender a aprender
Duração: 3-4 sessões (ao longo de pelo menos 3 meses), e atividades práticas contínuas
Esta atividade visa proporcionar aos jovens uma visão ampla dos seus objetivos e economias financeiras, e uma compreensão mais aprofundada de como gerir os gastos a longo prazo. Simplificando, este exercício ajudará os jovens a perceber o que é realmente necessário comprar, e o que não é, fazendo as escolhas certas. Subtrair as despesas fixas do dinheiro que se ganha é mais do que responder à pergunta “Quanto dinheiro tens disponível?”. Um dos benefícios de ter noção das despesas, receitas e objetivos financeiros é ter mais atenção e responsabilidade sobre o se dinheiro, e como gastá-lo.
O workshop concentra-se nas seguintes áreas principais:
- Entender o dinheiro
– Conceito (uma forma de moeda para troca, reconhecida por todos, valor de trabalho e de tempo)
– Necessidades versus desejos e responsabilidade financeira
– Ganhar dinheiro (custo de oportunidade, trabalhando como empregado ou empreendedor)
- Gastar sabiamente
– Priorizar necessidades e desejos (orçamento: estabelecer metas, planear receitas e despesas mensais, análise de objetivos)
- Economizando, investindo e devolvendo
– O impacto da economia de poupanças (mais segura, com juros baixos)
– Como investir (risco, maior retorno do que poupança, longo prazo, títulos / ações e outros produtos
Objetivo 1: entender e desenvolver uma compreensão do que é uma meta financeira.
Objetivo 2: entender e procurar as prioridades de economia relacionadas com as necessidades e objetivos de cada um.
Objetivo 3: reconhecer o valor do dinheiro (não é um recurso ilimitado).
Objetivo 4: aumentar a literacia e competências financeiras.
Para um jovem em acolhimento, o dinheiro economizado pode ter um impacto significativo; pedir aos jovens que economizem 50% da sua mesada levará muito provavelmente que questionem: O que estou a economizar, e para quê?
A atividade não tem como objetivo ensiná-los a viver mês a mês, mas sim a ter uma base financeira sólida e discernimento, preparando-os para fazer melhores escolhas na vida. Uma maior compreensão das suas competências e literacia financeira esclarecerá objetivos prioritários, e funcionará como um filtro de decisões. Além disso, a definição das metas financeiras mais acertadas desenvolve um entendimento não apenas do que se pode gastar, mas também do que se pode investir.
Desafios
Encarando os desafios
Os jovens em acolhimento participam na gestão financeira de forma passiva, e não estão envolvidos nas decisões financeiras.
Conferir-lhes autonomia progressiva na gestão financeira, utilizando workshops práticos acerca de como desenvolver ou melhorar as competências de gestão financeira.
Não são feitas poupanças a pensar na chegada à idade adulta e autonomização.
A partir dos 17 anos, ou antes, cada jovem é incentivado a poupar 50% da sua semanada, para poder juntar algum dinheiro para a idade adulta.
Com frequência os jovens têm dificuldade em gerir as suas economias, e facilmente contraem dívidas.
Estratégias de poupança e de gestão eficiente serão particularmente importantes.
Passos de implementação:
Sessão 1: Quais são meus objetivos financeiros e prioridades económicas?
O objetivo desta sessão é ajudar as crianças a esclarecer suas possíveis metas financeiras e prioridades . Estas atividades devem decorrer divididas em 3-4 sessões por um período de pelo menos 3 meses, com aplicação prática à vida quotidiana..
Definir metas financeiras e prioridades de poupança:
Etapa 1. O que valorizas mais? O mentor convidará o jovem a fazer uma lista, anotando todas as coisas de que precisa para se sentir seguro, feliz ou realizado. Lembre-se da diferença entre necessidades e desejos. Por exemplo, necessidades são coisas necessárias para a sobrevivência: comida, abrigo, roupas e algum tipo de transporte para um emprego são necessidades. Outros itens, como um carro supérfluo, entretenimento ou fast food, são desejos. As necessidades devem ser atendidas antes dos desejos.
Etapa 2: Os gastos e as prioridades estão em linha? Ajude o jovem a classificar as prioridades, atribuindo uma ordem de importância de acordo com o impacto que têm na qualidade de vida. Esta atividade poderá não ser tão fácil quanto parece, pois haverá metas financeiras concorrentes (em mais detalhe, consulte o Anexo 1).
Sessão 2: Como fazer uma previsão das despesas de cada mês?
Vamos falar sobre o orçamento: está na hora de aprender sobre despesas fixas e variáveis. Converse com os jovens acerca das despesas fixas (por exemplo, despesas domésticas, renda de casa, empréstimos), bem como as despesas que variam de acordo com os desejos ou necessidades, e sobre despesas imprevistas.
Oriente os jovens no sentido de seguir os seguintes passos:
Etapa 1: Identificar as despesas fixas mínimas mensais, o rendimento base, e o que sobra para despesas variáveis. Poderá ser necessário fazer ajustes.
Etapa 2: Aprender sobre economia: incentive o jovem a atribuir um fundo reservado para emergências, como uma doença ou desemprego. Economizar 20% a 50% de cada renda mensal numa conta especial para esse fundo garantirá que, em caso de emergência, o jovem adulto tenha uma rede de segurança temporária sem depender de outros, ou de recursos governamentais alocados.
Etapa 3: Quanto dinheiro precisas para viver por mês/ por ano?
Divida a percentagem de dinheiro gasto, pela percentagem de dinheiro economizado. Por exemplo: digamos que o jovem pode economizar 10% do seu ordenado, gastando os outros 90%. 90 dividido por 10 é igual a 9 meses. Isto significa que o jovem levaria mais de um ano e meio para economizar apenas um mês em despesas.
Recursos adicionais:
Método Kakeibo para economizar dinheiro
Todos os meses o jovem mentorado é convidado a sentar-se com o Kakeibo e planear as finanças das próximas quatro semanas, incluindo quanto ele/a gostaria de economizar e quais as despesas mensais necessárias, de acordo com quatro categorias:
- sobrevivência (alimentação, transporte, assistência médica),
- opcional (compras, restaurantes),
- cultura (livros, música, filmes),,
- extras (presentes, reparações, etc.).
Depois de preencher as categorias mencionadas acima, o próximo passo é delinear a estratégia para corresponder ao objetivo económico. O Kakeibo pede também que responda às perguntas:
- Quanto dinheiro tenho?
- Quanto dinheiro gostaria de poupar?
- Quanto dinheiro estou a gastar, realmente?
- Como posso melhorar isso?
Seguindo esse método, pode-se poupar até 35% por mês, tornando o jovem mais consciente do que gasta
Lembre-se: o uso do Kakeibo é um processo com várias etapas. Algumas das etapas são executadas no início de um novo ano, outras no início de cada mês e outras ao longo do mês. No final de cada mês, é dedicado algum tempo para rever os gastos em função dos objetivos.
Revisão e Análise Mensais
No final de cada mês, é necessário reservar alguns minutos para rever os gastos e poupanças o mês. Esta revisão ajuda a responder à pergunta “Como posso melhorar?” Deve ser feito o registo de quanto se gastou e quanto se economizou. Para encontrar maneiras de melhorar, faça algumas perguntas detalhadas:
Alcançaste a tua meta de economia?
O que fizeste para alcançar o teu objetivo?
Gastaste muito em alguma categoria em especial?
Como podes melhorar no próximo mês?
A calculadora de despesas B.Living (em inglês) é uma ferramenta útil que oferece uma visão clara de onde o dinheiro é gasto. https://www.racq.com.au/banking/calculators/living-expenses
Também a app: Monefy, Money Manager (disponível em várias línguas), pode ser uma boa alternativa para ajudar na gestão do orçamento. https://play.google.com/store/apps/details?id=com.monefy.app.lite&hl=en
Sessão 3: Retribuir: perceber o valor da retribuição
Retribuir deve ser uma prioridade, independentemente da situação financeira da pessoa, porque a retribuição não se deve limitar ao dinheiro. Os jovens devem ser incentivados e motivados a oferecer seu tempo também. Essa atitude e atividade apoiarão a conexão com a comunidade e a vida adulta, e colocarão todas as decisões financeiras numa perspectiva melhor.
Etapa 1: Discussão sobre a importância do voluntariado e das oportunidades de voluntariado nas comunidades locais..
Etapa 2: Ligar as oportunidades de voluntariado existentes aos interesses ou paixões de cada jovem.
Etapa 3: Organizar uma reunião com o representante da organização de voluntariado escolhida para cada jovem.
Etapa 4: Preparar um plano de voluntariado (consulte o Anexo 2_Método de plano de voluntariado_SMART).