Tipo de Actividade :
x Mentoria
❑ Grupo de Pares
❑ Workshop
Pilar relevante: Autodeterminação, competências de autonomia e desenvolvimento adolescente
Competências relevantes:
Elementos transversais, Sociais e Cívicos, Aprender a aprender
Duração minima: 6 horas (é recomendada a implementação desta actividade em, pelo menos, três momentos de tempo diferentes)
Materiais e recursos: computador portátil com acesso à internet, impressora, papel A4, bloco de notas, canetas, marcadores.
Mentoria individual de atividades.
Como a anterior, esta atividade está organizada em dois componentes: (i) Construindo confiança (essencial para todas as iniciativas de mentoria – componente transversal da atividade) e (ii) para ajudar o mentorado a identificar oportunidades, interesses, vontade de buscar um caminho pessoal construtivo no que respeita ao seu percurso de desenvolvimento.
Recomendações: Se a sessão 1 foi implementada, este tópico não é de leitura obrigatória, e pode saltar para a próxima secção: Objetivos
Por favor, tenha em consideração que esta é uma sessão de orientação – não uma atividade de formação ou educacional, ou mesmo um workshop! O/a Profissional de Acompanhamento (mentor/a) não é um professor/ formador/ facilitador, é uma pessoa carinhosa e mais experiente que estabelecerá um relacionamento com uma pessoa menos experiente, resultando na prestação de apoio, amizade e num papel construtivo modelar que se mantém consistentemente durante um período de tempo. O papel do mentor é fornecer ao jovem apoio, orientação e assistência. O mentor deve ser capaz de ouvir e fazer perguntas que desafiarão o mentorado a identificar o rumo das acções que ele precisa de executar em relação ao seu próprio desenvolvimento.
Flexibilidade é um trunfo! – Esta sessão de mentoria pode combinar atividades diferentes, começando por se conhecer e refletindo sobre si mesmo, depois construindo o relacionamento, até o estágio de discussão do caminho educacional.
- Reforçar o desenvolvimento de um relacionamento construtivo (Reforçar a autonomia – apoiar durante a autonomização, garantindo ajuda eficaz em dificuldades, frustração e / ou durante a ausência, apoiar o aprimoramento de estratégias de reforço intrapessoal),
- Identificar oportunidades, interesses, vontade de seguir um caminho construtivo pessoal em relação à autodeterminação do aprendiz, competências de autonomia e desenvolvimento.
Resultados
- Melhorar as competências e estratégias de autonomia desenvolvidas ao longo das atividades de orientação.
- Aprimoramento do sentido de confiança, segurança e construtividade do mentorado no relacionamento com o mentor.
- Aumento da capacidade do orientado para organizar seu sentido de si e expressar positivamente sentimentos sobre si mesmo, eventos da vida e pessoas importantes, especificamente focados nos desafios que a saúde (física, psicológica e social) pode representar durante o processo de autonomização e aproximação à idade adulta.
- Desenvolver a consciencialização do mentorado sobre suas escolhas na criação de estratégias adequadas em relação à autodeterminação, competências de autonomia e desenvolvimento dos adolescentes
Considerações globais (conforme a sessão 1) – Se a sessão 1 tiver sido implementada, este tópico não é de leitura obrigatória. Por favor prossiga para os Desafios.
O processo de orientação pode ser útil para uma grande diversidade de situações e em diferentes estágios da trajetória de vida. Por ser um processo flexível, centrado nas pessoas, e construtivo, no qual “um consultor experiente e confiável” (neste caso, um adulto) compartilha sua experiência e conhecimento de maneira facilitadora para apoiar o desenvolvimento do mentorado, é particularmente relevante para crianças em acolhimento, com o objetivo de integrar posteriormente no contexto comunitário. O processo / experiência de Mentoria representa uma oportunidade muito estimulante para o mentorado conhecer uma influência positiva e construtiva em sua vida e desenvolver um relacionamento baseado em confiança, partilha, respeito e carinho.
Para fazer isso, o/a Profissional de Acompanhamento (mentor/a) terá um papel desafiador, no qual lhe será solicitado que:
- Ouça ativamente
- Incentive a auto-análise e a auto-reflexão
- Dê críticas construtivas e aceite outras formas de ver, sentir e estar no mundo
- Forneça feedback baseado em evidências
- Explique diferentes perspectivas (e não apenas as sua própria)
- Faça perguntas para ajudar a entender melhores situações ou problemas – tanto o mentor como o mentorado precisamde ter abordagens positivas, e manter uma mente aberta. Portanto, o Mentor deve evitar perguntas demasiado direccionadas, e sempre ter em mente que as decisões são tomadas pelo mentorado.
- Forneça informações e conhecimentos, informando e partilhando redes (in)formais
- Mantenha o foco do relacionamento em abordagens positivas e construtivas – dê apoio e incentive
- Forneça aconselhamento sobre desenvolvimento educacional e / ou de carreira e / ou outros tópicos considerados relevantes pelo mentorado.
No que diz respeito às principais competências de orientação, são comummente expressos na literatura:
• Autoconsciência – implica uma boa compreensão de seus próprios pontos fortes e necessidades de desenvolvimento
• Credibilidade – a nível pessoal e profissional
• Acessibilidade – disponibilidade e comprometimento em termos de tempo e disponibilidade para apoio e orientação
• Comunicação – boas capacidades de comunicação e ser capaz de entender as ideias e sentimentos dos outros é uma obrigação!
• Capacidade de capacitar – o/a Mentor/a deve ser capaz de criar um ambiente de aprendizagem e partilha em que seja seguro para os mentorados divulgar ou experimentar coisas diferentes
• Criatividade e imaginação – esteja aberto a novas maneiras de fazer as coisas e diferentes maneiras de aprender / trabalhar
• Empatia – capacidade de simpatizar com os mentorados
• Compreensão – capacidade de entender diferentes perspectivas, abordagens e, possivelmente, diferentes experiências e percepções dos mentorados.
-A autoconfiança e autoimagem podem ser baixas, o que tem um potencial impacto negativo na autodeterminação, nas competências de autonomia e no desenvolvimento dos adolescentes. Discutir as dificuldades e fragilidades de alguém durante um período especialmente stressante (aproximação à idade adulta) pode produzir uma intensificação de emoções negativas, medos e preocupações.
-Alguns conceitos podem ser muito abstratos / difíceis e parecer irrelevantes para o mentorado (por exemplo, autodeterminação). Concentre-se nos aspectos / dimensões da autodeterminação, competências de autonomia e desenvolvimento dos adolescentes que são percebidos como relevantes e como uma prioridade para o mentorado.
-Estabelecer um relacionamento positivo, construtivo e de confiança com o mentorado (levando em consideração que as crianças precisam de tempo, oportunidades para se conectar e desenvolver atividades juntos, e momentos de confiança e partilha que exijam flexibilidade e apoio do mentor).
-O mentor deverá estar preparado para lidar adequadamente com o sofrimento emocional e as dúvidas/ dificuldades de autoconfiança/ autoconceito, especialmente em relação à autodeterminação, autonomia e desenvolvimento dos adolescentes.
-O/a mentor/a deverá usar linguagem comum e acessível (se conceitos técnicos forem necessários, serão explicados através de exemplos práticos, analogias e / ou experiências pessoais) para garantir que o mentorado entenda adequadamente o que está a ser dito. Por favor, foque-se nos aspectos / dimensões da participação da comunidade que são percebidos como relevantes e prioritários para o mentorado.
-O/a mentor/a deve focar-se em estabelecer um relacionamento positivo, construtivo e confiável com o mentorado. Para fazer isso, é necessária uma abordagem flexível e de mente aberta que garanta que o processo de mentoria ocorre de acordo com as necessidades, interesses, capacidades e expectativas do mentorado. Isso pode implicar ajustes nos objetivos, conteúdos, metodologias e / ou atividades de cada sessão – a fim de aumentar a eficiência e a eficácia da orientação. Isso não significa, no entanto, que esta diretriz seja descartada – deve ser a linha de orientação do caminho da mentoria, mesmo que cada caminho, evidentemente, seja único.
Cada caminho de orientação é único, e isso faz parte de sua riqueza. Portanto, nenhuma atividade de carácter obrigatório será sugerida para as 9 sessões de Mentoria. Em vez disso, propomos sugestões a ser consideradas e implementadas pelo mentor e mentorado, com a flexibilidade e a adaptação necessárias. A jornada de mentoria deverá ser personalizada, e ter diferentes prioridades de desenvolvimento para cada jovem.
Para esta sessão, sugere-se que o/a mentor/a se concentre em debater:
Parte A
- Revisão das experiências das sessões anteriores – principais elementos positivos, o que precisa de mudança/ melhoria, estado emocional da mentorado durante e após a sessão,
- Ajudar a desenvolver um plano de ação exequível e apoiar a sua implementação: dar suporte na identificação de objetivos, sinalização de iniciativas / ações, definição das principais etapas para alcançar os objetivos, definição de estratégias de monitorização.
- Fornecer feedback construtivo;
- Identificar pontos fortes, objectivos e opções a explorar
- Treinar áreas específicas de dificuldade / necessidades, se necessário
- Criar oportunidades para os os mentorados ganharem experiência
Parte B
- Autodeterminação, competências de autonomia e desenvolvimento de adolescentes
a. O que esses conceitos significam para o mentorado – de acordo com:
i. Estratégias para melhorar a autodeterminação
ii. Promoção e reforço das competências de autonomia
iii. Conhecendo o “meu” desenvolvimento
A. Reforçar a autonomia
a. Apoio à autonomia
b. Dar ajuda em dificuldades, frustrações e/ ou durante a ausência
c. Apoiar o aprimoramento de estratégias de reforço intrapessoal
B. Autodeterminação, competências de autonomia e desenvolvimento dos adolescentes
- “Autodeterminação, competências de autonomia e desenvolvimento dos adolescentes”: o que esses conceitos significam para mim?
Justificação: é essencial que o mentorado reflita criticamente sobre o que “Autodeterminação, habilidades de autonomia e desenvolvimento dos adolescentes” significam para ele / ela, antes de implementar ações específicas para aprimorar conhecimentos.
Para fazer isso, sugerimos implementar uma derivação da técnica Phillips 6-6:
• O mentor e o mentorado escrevem 6 elementos-chave que caracterizam cada um dos três conceitos e os escrevem em post-it colorido (verde para autodeterminação, rosa para competências de autonomia e amarelo para o desenvolvimento do adolescente – outro sistema de cores pode ser usado, é claro)
• Cada post colorido será colado em papel de cenário.
• Para cada tópico, as principais semelhanças e diferenças serão identificadas e discutidas em conjunto – a divergência é bem-vinda!
• Uma breve descrição de cada conceito será produzida – e, de acordo com ele, serão estabelecidas as principais prioridades para o desenvolvimento do mentorado.
- “Fazendo um balanço deste programa de orientação”
Justificação: Quando o mentorado tiver definido os conceitos e identificado as prioridades (atividade anterior), é importante avaliar: (i) os conhecimentos e habilidades já desenvolvidos durante a orientação e (ii) outros conhecimentos e habilidades que precisam ser priorizados. Isso pode ser feito criando uma pirâmide de competências e conhecimentos prioritários para cada dimensão.
- Vamos fazer um plano de ação!
Justificação: Não basta identificar necessidades e prioridades – é importante agir, promovendo oportunidades para desenvolvê-las ativamente. Esta atividade é, essencialmente, dedicada à elaboração de um plano de ação para desenvolver o conhecimento e as habilidades previamente identificados como prioritários – tenha em consideração que esse plano de ação deve ser exequível e integrado a todo nos conteúdos do (s) plano (s) elaborado (s) nas sessões anteriores.