MT1_Programa de Mentoria: Construindo a Autonomia passo a passo, Burocracia, Legislação e colaboração em rede

Cada caminho de orientação é único, e isso faz parte de sua riqueza. Portanto, nenhuma atividade de carácter obrigatório será sugerida para as 9 sessões de Mentoria. Em vez disso, propomos sugestões a ser consideradas e implementadas pelo mentor e mentorado, com a flexibilidade e a adaptação necessárias. A jornada de mentoria deverá ser personalizada, e ter diferentes prioridades de desenvolvimento para cada jovem.

Para esta sessão, sugere-se que o/a mentor/a se concentre em debater:

Parte A

      • Revisão das experiências das sessões anteriores – principais elementos positivos, o que precisa de mudança / melhoria, estado emocional da mentorado durante e após a sessão,
      • Ajudar a desenvolver um plano de ação exequível e apoiar a sua implementação: dar suporte na identificação de objetivos, sinalização de iniciativas / ações, definição das principais etapas para alcançar os objetivos, definição de estratégias de monitorização de objectivos.
      • Fornecer feedback construtivo
      • Identificar pontos fortes, objectivos e opções a explorar
      • Treinar áreas específicas de dificuldade/ necessidades, se necessário
      • Criar oportunidades para os os mentorados ganharem experiência

Parte B

      • Burocracia, legislação e trabalho em rede

a. O que esses conceitos significam para o mentorado – de acordo com:

i. O impacto da burocracia na minha vida

ii.Por que preciso ler e entender a legislação?

iii. Como estabelecer redes (in)formais eficientes

A. Reforçar a autonomia

a.Suporte durante a autonomização

b.Apoiar dificuldades, frustrações e / ou ausência

c. Apoiar o aprimoramento de estratégias de reforço intrapessoal

B. Burocracia, legislação e trabalho em rede

  1. Breve discussão conjunta sobre “o impacto da burocracia na minha vida”

Justificação: É essencial que o mentorado reflita criticamente sobre o impacto de reconhecer que a burocracia faz parte de sua vida e, de acordo com isso, desenvolver estratégias para lidar com isso de maneira eficiente. Para isso, sugerimos uma discussão sobre o tópico, seguida pela identificação das principais competências a serem aprimoradas – muitas dessas competências já estão a ser desenvolvidas (por exemplo, gestão de frustrações, planeamento antecipado, etc.), para que não haja necessidade de um novo plano de ação. No entanto, se novas competências forem identificadas e/ ou se houver necessidade de reforçar outras, sugerimos fortemente ajustar/ adaptar o plano de ação em vigor. Não se esqueça de promover competências intrapessoais de gestão/ reforço!

  1. “Por que preciso ler e entender a legislação”

Justificação: a legislação faz parte da vida de todos os cidadãos ativos e o mentorado não é excepção. Para melhor ajudá-lo a entender a importância da legislação, sugerimos uma atividade prática: mentor e mentorado escolhem um tópico em que o mentorado está realmente interessado em “fazer algo a respeito de…” (por exemplo, escrever uma carta ao município solicitando mais ajuda do governo para crianças que estão fora dos cuidados, apresentar uma reclamação formal numa organização oficial etc.), e a partir disto devem rever dois documentos legais importantes sobre esses tópicos, e utilizá-los para escrever uma declaração formal. Após a conclusão da tarefa, uma breve avaliação oral conjunta da satisfação e do aprendizado deve ocorrer (“o que aprendemos hoje”, “eu gostei disso? Por quê?”, “Quais foram minhas principais dificuldades” etc.).

  1. Como estabelecer redes (in)formais eficientes  –

Justificação: O estabelecimento e a criação de redes (in)formais é um processo a longo prazo, o que não é fácil para crianças com percursos longos no sistema de acolhimento. Nas sessões anteriores, o mentorado (a partir das atividades de mentoria focadas na participação e comunicação da comunidade e nas relações interpessoais) já fez uma análise/ reflexão e definiu alguns objetivos/ ações sobre esse assunto. Portanto, a primeira parte desta atividade é avaliar o que realmente foi feito, o que não foi e porquê, dificuldades encontradas e objectivos atingidos. Nesse sentido, essa parte do plano de ação deve ser revisitada. Se necessário, pode ser feita a simulação do estabelecimento de uma rede (por exemplo, como entrar em contacto e cultivar um relacionamento positivo com o senhorio de um quarto a arrendar, como estabelecer amizades com pessoas do ginásio, etc.).