WS1_O meu PEP – Plano Educacional Personalizado

Passos de implementação

O meu PEP: o que deve incluir?

Antes de implementar o PEP, o mentor deve ter uma compreensão clara de:

1. Nível educacional atingido previamente, em observância com o nível previsto e o objetivo de cada jovem.

2. O modo como a escola mede o progresso/ sucesso, e o modo como avalia se as realizações do jovem estão em conformidade, acima, ou abaixo das expectativas nacionais para a sua idade.

4. Evidências dos esforços para apoiar o jovem na sua inclusão na comunidade escolar, e atividades alargadas, com vista à promoção do seu desenvolvimento académico e social.

Lembre-se!!! Apoie uma compreensão clara e partilhada de todas as partes envolvidas: jovem em acolhimento (mentorado/a), professional de acompanhamento (mentor/a), órgãos de supervisão da instituição e guardiões legais, para que a educação, formação e aprendizagem possam ir ao encontro das necessidades educacionais do jovem, dos passos de implementação, e das formas como serão alcançados.

Antes da sessão 1: Peça ao/ à jovem para elaborar uma lista de atividades que ele/a goste de fazer, ou temas acerca dos quais ele/a goste de ler, ou estudar. Depois, peça-lhe que estabeleça um objetivo para cada um dos assuntos, relacionado com a sua educação presente e futura. O objetivo é encorajar a consciencialização de si próprio, antes de oferecer novas informações ou desenvolver novas competências.

Tópicos de discussão: Porque é que a minha educação é importante para o meu futuro? Diferentes oportunidades educacionais a nível local e nacional; Que oportunidades para educação formal e não-formal existem no meu país?

Discussão conjunta:O objetivo da primeira sessão é ter uma discussão conjunta sobre a relevância da educação na vida de cada um, e como a educação pode beneficiar o desenvolvimento holístico de cada pessoa.

Lembre-se!!!Independentemente do tipo, a educação está frequentemente associada ao crescimento e desenvolvimento. Cada degrau na escada da educação está associado a melhorias na saúde física e mental, e mais tarde a empregabilidade, sustentabilidade financeira, habitação, vida familiar, ausência de problemas aditivos, e a menor risco de envolvimento com o sistema de justiça criminal (Jackson & Simon, 2005).

No geral, existem dois caminhos que se complementam e apoiam quando um objetivo educacional final comum é definido. O caminho educacional formal depende da formação educativa anterior e das barreiras linguísticas que as crianças possam ter. Como educação nem sempre significa ter que se inscrever para uma licenciatura ou mestrado, mas também pode significar aprender uma nova competência ou um novo idioma. Portanto, é essencial explicar aos mentorados o valor da aprendizagem não formal, e como essa aprendizagem pode complementar a educação formal.

Recomendações para uma discussão contextualizada: Uma discussão conjunta sobre oportunidades locais e regionais para formações, oficinas e estágios e uma lista de ONGs locais que ofereçam esses serviços seria benéfica para apresentar a variedade de possibilidades de aperfeiçoamento de competências, por meio da educação não formal.

Exercício prático: termine a sessão com uma atividade prática de aprendizagem de uma nova competência durante 20 minutos, para demonstrar o potencial educacional não formal de uma atividade simples.

Criar o seu próprio caminho, mapeando necessidades e objetivos correspondentes

Discussão conjunta: Como projetar uma meta?

Estabelecer uma meta começa com o conhecimento de pontos fortes e desafios: projetar uma meta é entender o seu ponto de vista em termos de conhecimentos e competências que se adquiriu até o momento presente. Ter uma imagem clara dos pontos fortes e fracos reconhecidos permitirá agendar pequenos passos para alcançar os objetivos previstos.

Nessa perspetiva, o desenho de metas envolve dois processos complementares diferentes:

A) A capacidade de transmitir projeção e reflexão: Incentive os mentorados a “ver-se” no futuro e a estarem abertos a novas maneiras de ver o mundo. Discuta sobre a vontade de explorar essas possibilidades, seguidas de etapas práticas sobre como podem elaborar um plano para seu objetivo (em pontos fortes e fracos / desafios).

Lembre-se!!! As metas de vida do projeto baseiam-se em ideias ligadas às paixões e pontos fortes das crianças e jovens, mas também nas coisas que elas gostariam de aprender.

B) A capacidade de usar experiências e entendimentos passados; incentive o uso de formação e experiência profissional ou técnica do passado, criatividade, raciocínio indutivo e processos intuitivos que possam levar a possíveis soluções ou alternativas viáveis.

Essa experiência pode não ser apreendida ou facilmente identificada de modo óbvio. Uma maneira de começar é concentrar-se em como as coisas estão no presente e tomar decisões de acordo com experiências positivas passadas.

As perguntas que podem ser feitas aos mentorados são as seguintes:

O que é sucesso para ti?

Em que é que te vês diferente, em 3 ou 5 anos?

Quais são os teus pontos fortes e fracos?

Quais são os obstáculos que enfrentas para alcançar os teus objetivos educacionais?

O que podes controlar?

Quais são as opções / alternativas que podes arranjar?

Diz-me mais sobre…

Fale sobre limitações de tempo e espaço, restrições culturais e de idioma para objetivos educacionais. Discuta maneiras criativas de superar o desafio previsto

Para apoiar o Mentor / Profissional de Acompanhamento na avaliação de um PEP, consulte o Anexo 3, Apoio aos cuidadores na concepção de um PEP relevante, que fornecerá algumas diretrizes e pontos de referência para manter a qualidade e consistência de cada PEP.

Criar meu PEP visual (o modelo de PEP é proposto no Anexo 2, no entanto, embora a primeira parte seja essencial para que o caminho educacional seja ativado, a segunda parte pode ser ajustada às necessidades e perspetivas do jovem)

O Meu PEP é um processo criativo, onde informações, conhecimentos, competências, paixões, interesses e inclinações são transformados e fundidos numa estrutura que abre o caminho para resultados tangíveis.

Se os objetivos tiverem sido discutidos e acordados na sessão 1 e forem claros e realistas, certas etapas deverão ser seguidas para verificar se o objetivo é alcançável e, em seguida, encontrar formas adequadas de implementação.

Ao projetar o PEP, ele deve sempre incluir:

  • Pontos fortes e realizações do/a mentorado/a
  • Visões e perspectivas
  • Metas educacionais
  • Registos de metas atingidas e actuais

A ideia de projetar um plano de PEP baseia-se em quatro aspectos principais:

    1. Educação prévia (conhecimentos adquiridos pelo menor em termos de idiomas, formação educacional, competências de vida etc.)
    2. Nível de progresso? Medidas de conquista? por exemplo, em relação ao currículo e contexto nacional, habilidades de linguagem, e diferenças e desafios culturais.
    3. Oportunidades oferecidas no país (educação formal e não formal): educação pública / privada, oficinas, orientação vocacional, estágios, etc.
    4. O que é necessário para atingir o seu objetivo: examine os elementos e competências realistas que alguém deve ter para alcançar o objetivo final.

Um PEP com etapas claras em direção ao objetivo final deve seguir a combinação dos quatro aspetos acima mencionados.

Lembre-se!!! O processo de elaboração de um plano é um processo repetitivo, mas não linear, o que significa que a criança usa os resultados para rever, desafiar e melhorar as suas suposições iniciais. Se a meta não for alcançável, o/a mentorado/a deve poder alterá-la e / ou ajustá-la de acordo com as necessidadess.

5 Princípios a serem seguidos ao desenvolver um PEP (para apoiar o processo de um PEP qualitativo, consulte o Anexo 1, folha de informações e a lista de verificação para o planeamento de um PEP):

    1. A seleção da opção de educação deve basear-se na indicação de que o ambiente educacional pode atender às necessidades expressas da criança e auxiliar no desenvolvimento máximo.
    2. Um PEP bem-sucedido é responsabilidade conjunta do mentor, do mentorado, do supervisor da instituição, responsável legal e professores e educadores envolvidos no processo de educação formal e informal; portanto, o PEP deve estar vinculado ao plano de cuidados gerais ou outros planos específicos.
    3. Em todos os estágios, o design do PEP deve envolver a criança/ jovem (de acordo com o seu entendimento e a capacidade) e, quando apropriado, os pais da criança e/ ou membros da família relevantes.
    4. Embora seja central não diminuir ou desacreditar a ambição de obter o status de uma determinada profissão, a ênfase e o peso do processo devem ser recalibrados para projetar e encaminhar etapas concretas e tangíveis de como desenvolver esse projeto.
    5. Todos os PEP são testemunhos e relato “vivo”, em desenvolvimento, abrangentes e contínuos da experiência, progresso e realizações da criança/ jovem. Portanto, o PEP regista iniciativas e ações que a escola e outras pessoas tomarão de apoio da criança/ jovem para alcançar níveis antecipados de progresso, que permitam adquirir uma variedade adequada de certificações.